segunda-feira, 7 de março de 2011

Adiamento do recurso ao FMI agrava custos da crise

Foto: Bloomberg



Simon Johnson, professor de Economia da escola de gestão do Massachussetts Institute of Technology, defende que Portugal deve recorrer ao FMI, uma vez que os aumentos de impostos e cortes de despesa elevaram os custos da crise para a Grécia e Irlanda.

"Portugal precisa de olhar para todas as opções e uma que não é tão difícil como as pessoas supõem é ter assistência da comunidade internacional. E se quiser financiamento da União Europeia, vão pedir para envolver FMI", disse Johnson em entrevista à Lusa.

Carmen Reinhart, economista americana interveniente numa conferência do Comité de Bretton Woods sobre os riscos de contágio da crise europeia, decorrente na quinta feira em Washington, considerou inevitável que Portugal venha a recorrer ao FMI.

Quando se está sob pressão dos mercados financeiros "e se precisa de ajuda é melhor ter essa ajuda mais cedo e em melhores termos do que esperar até as coisas ficarem demasiado difíceis", afirma Simon Johnson, também membro do painel de conselheiros económicos do gabinete orçamental do Congresso norte-americano.

O economista vem defendendo há meses o recurso de Portugal ao FMI, tal como já tinha feito em relação à Grécia e Irlanda.

Para Johnson, o "factor embaraço" é o que previne actualmente as autoridades portuguesas de pedirem ajuda, até porque pode estar em causa a queda do governo, como aconteceu na Irlanda.

O economista defende que a parceria entre FMI e União Europeia tem sido "muito mais construtiva na Europa" do que noutros cenários no passado, considerando mesmo inviável que um pacote de ajuda seja oferecido sem o envolvimento da instituição financeira.


Fonte: Jornal de Notícias

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