quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ministra italiana chora ao anunciar plano de austeridade



Emocionada no momento em que teve de pronunciar a palavra "sacrifícios", a ministra do Trabalho e da Segurança Social italiana, Elsa Fornero, não conseguiu conter as lágrimas, nem acabar a apresentação do plano de austeridade do governo aprovado horas antes em conselho de ministros. Acabou por ser Mario Monti, o chefe do governo, a explicar o plano aos jornalistas.

"Nós - e isto custa-nos imenso, até psicologicamente - temos de pedir sac...", e mais não conseguiu dizer Elsa Fornero, quando apresentava em conferência de imprensa as medidas laborais previstas no designado decreto de "Salvação de Itália" que, prevê uma poupança de €20 mil milhões.

O plano Monti vai juntar-se aos do anterior primeiro ministro, Silvio Berlusconi que ascendiam a mais de €54 mil milhões. Segundo os primeiros cálculos feitos por analistas italianos, este novo pacote deverá implicar a perda de 1000 euros em 2012 no poder de compra de cada agregado familiar.

Paulo Martins

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O 70% de alunos homossexuais das escolas são vítimas de discriminação e violência

Os dados apresentados pela UNESCO revelam que mais de 70% dos alunos homossexuais sofrem de “bullying” nas escolas. Um conjunto de recomendações aos governos foi enviada pela organização.

O director da Agência para a Educação e Cultura (UNESCO), Philippe Kridelka, afirmou ontem, quinta-feira em Nova Iorque, que as vítimas de assédio homofóbico apresentam maiores taxas de abandono escolar, o que aumenta os factores que levam ao suicídio entre os jovens: “[...] a UNESCO acelerou recentemente os seus esforços para lidar com o assédio homofóbico nas escolas”.

Kridelka também disse que os jovens “são frequentemente sujeitos a violência dentro de escolas e universidades”, o que “viola o direito à Educação e a um ambiente de aprendizagem são”.

Em muitos países da OCDE, a percentagem de alunos que são vítimas de assédio homofóbico varia entre 70-90%. “As consequências podem ser desastrosas para os indivíduos e para a sociedade”, afirmou Kridelka.

Numa conferência nas Nações Unidas sobre o “bullying”, organizada por organizações de Direitos Humanos e alguns estados membros, como a Noruega, contou-se com a participação de vários activistas dos direitos de jovens LGBT, como o jovem nigeriano Ife Orazulike, ou a americana Judy Shepard.

A UNESCO lançou há poucos meses uma pesquisa global sobre o assédio homofóbico nas escolas, tendo na sua base o trabalho desenvolvido no Brasil e Ásia, com iniciativas como a de criar materiais escolares que ajudem aos professores e alunos a discutir a diversidade sexual.

Os resultados dos estudos sobre assédio homofóbico (e as políticas existentes em escolas e universidades em todo mundo em relação a este facto) estão a ser avaliados esta semana no Rio de Janeiro por peritos e atores políticos de todo o mundo, segundo as declarações de Kridelka.

“O plano é identificar as melhores condutas e recomendações práticas que podem ser partilhadas com Ministérios de Educação em todo o mundo para guiar o desenvolvimento e implementação de políticas apropriadas à idade e contextos específicos”, adiantou o director da UNESCO.

Em Junho, o Conselho de Direitos Humanos aprovou a primeira resolução da ONU específica sobre os direitos da comunidade LGBT, expressando a sua preocupação com cualquer tipo de violência baseada na identidade de género, e pedindo ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos para fazer um levantamento sobre o fenómeno em todas as regiões.

Este estudo estará disponível nas próximas semanas e será discutido em Março no Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, segundo adiantou o secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic.

A violência e discriminação homofóbica contra jovens tem tido “atenção a menos” na ONU, mas a publicação deste documento é “um sinal de progresso nas Nações Unidas e um reflexo de maior consciencialização global sobre a seriedade e legitimidade da preocupação sobre o tratamento de indivíduos LGBT”, referiu Simonovic.

Fontes: LUSA, Público

Ignacio Mallebrera Pisa

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Durão Barroso apela à salvação do Euro

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pediu hoje aos chefes de Estado e do Governo da União Europeia que juntem esforços para salvar o euro.  


«Lanço um apelo aos chefes de Estado e de Governo. Devemos fazer tudo para garantir a irreversibilidade do euro», afirmou Durão Barroso durante uma reunião em Marselha, França.

O presidente da Comissão Europeia fez esta declaração poucas horas antes do começo da Cimeira de Bruxelas, que tem inicio hoje à noite e durará até amanhã, cujo objectivo é encontrar uma solução para a crise da moeda única.

Durão Barroso disse ainda que «No coração da crise, há um problema de confiança e de credibilidade. É por isso que nós queremos ver mais convergência, mais disciplina orçamental» e acrescentou que esta cimeira é crucial para o futuro do euro.

Ana Margarida, Ana Cláudia, Cátia Pereira e Susana Ferreira

Berlim e Paris querem novo tratado europeu até Março


Angela Merkel e Nicolas Sarkozy chegaram esta segunda-feira a acordo para a conclusão de um “novo tratado” europeu entre os 27 Estados da União Europeia ou se não for possível ente os 17 membros do Euro. Os líderes do eixo franco-alemão querem que o novo tratado esteja concluído até Março e o mesmo prevê sanções imediatas para os países incumpridores e um conjunto de regras de disciplina orçamental.

Durante a reunião que visou preparar a cimeira de Bruxelas de quinta e sexta-feira, considerada como a última oportunidade para salvar o euro, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy chegaram a “um acordo completo” e que as propostas serão apresentadas ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. O novo tratado prevê “sanções imediatas em caso de não respeito da regra do défice orçamental inferior a 3% do PIB”, afirmou o líder francês.

Quem saudou o acordo franco-alemão foi Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas considerou que o novo tratado “não será suficiente” tendo em conta uma situação económica “extremamente grave”. Lagarde reforçou a necessidade de uma estratégia para “os dois, três ou quatro próximos anos” e que “é preciso mais [para além do tratado] para que a situação no seu conjunto seja regulamentada e que a confiança seja restabelecida, não só nos mercados, como nos investidores e consumidores”.

Eliano Marques, Nicole Matias e Tomás Tim-Tim

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Angela Merkel: “A resolução da crise do euro vai demorar anos”


“A resolução da crise do euro é um processo. E esse processo vai demorar anos”, assegurou hoje a chanceler alemã Angela Merkel. No parlamento germânico, Angela Merkel defendeu uma maior união económica, para isso, revelou que a Europa está prestes a criar uma união orçamental, uma das medidas para “refundar” a Europa.

Na apresentação dos planos para a União Europeia, a chanceler alemã afirmou que “não há soluções fáceis nem rápidas, essa não é a minha linguagem nem a minha maneira de pensar”. Para Angela Merkel, a solução da crise da dívida soberana passa pela revisão dos tratados europeus, onde serão incluídas “regras rígidas” e “sanções automáticas” para os países que as violarem.

Criticando os que defendem a criação de títulos de dívida europeia, Merkel declarou que “quem até agora não percebeu que os eurobonds não são a forma de salvamento para a crise, não percebeu a essência da crise”. Para a chanceler alemã, as obrigações europeias só poderão ser parte da solução quando existir uma união orçamental.

Depois de ontem Nicolas Sarkozy, ter pedido uma "solidariedade sem falhas" a todos os países e ao Banco Central Europeu (BCE), Angela Merkel apresentou hoje algumas das linhas para a Cimeira da União Europeia, dia 9, onde o eixo franco-alemão vai apresentar um plano para refundar a Europa.

Eliano Marques, Nicole Matias, Tomás Tim-Tim

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aprovada adesão da Croácia à União Europeia

O Parlamento Europeu aprovou hoje, em Bruxelas, a adesão da Croácia à União Europeia.

O acordo do Parlamento era o último obstáculo jurídico que faltava ultrapassar antes da assinatura do tratado de adesão previsto para a cimeira de líderes europeus nos dias 8 e 9 de Dezembro, em Bruxelas.

O tratado deverá ser depois ratificado pelos 27 Estados-membros e uma vez formalmente concluído o processo, com a assinatura do Tratado de Adesão pelos líderes europeus, a Croácia tornar-se-á o 28.º Estado-membro da UE a 1 de Julho de 2013.

Nelson Teixeira