sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eurodeputados não abdicam de viagens em executiva

Miguel Portas quis que os eurodeputados deixassem de viajar em classe executiva

A proposta do eurodeputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, para acabar com as viagens em primeira classe nos voos com duração inferior a quatro horas. foi rejeitada pelo Parlamento Europeu por 402 votos contra, 216 a favor e 56 abstenções.

A favor do fim de voar em classe executiva estiveram todos os eurodeputados do Bloco de Esquerda - Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares -, os dois da CDU - Ilda Figueiredo e João Ferreira - e quatro socialistas - Luís Paulo Alves, Elisa Ferreira, Ana Gomes e Vital Moreira. Contra o fim da regalia votaram todos os eurodeputados do PSD, José Manuel Fernandes, Paulo Rangel, Regina Bastos, Carlos Coelho, Mário David, Maria do Céu Patrão Neves e Nuno Teixeira.

Também Capoulas Santos e Correia de Campos, do PS, votaram contra o fim das viagens em primeira classe, cujo objectivo era reduzir custos.A social democrata Maria da Graça Carvalho e os dois eurodeputados do CDS-PP, Nuno Melo e Diogo Feyo, faltaram à votação, enquanto a socialista Edite Estrela absteve-se.

Lajos Bokros, um deputado conservador da Comissão de Orçamento, ironizou sobre aquilo a que assistiu na sessão plenária: "À luz da situação dificil em que Portugal está, é estranho ver um português, supostamente conservador, lutar por mais dinheiro e um português de esquerda a lutar por prudência orçamental."

Horas antes do voto na sessão plenária, Miguel Portas fez um apelo a todos os eurodeputados: "Desculpem lá, mas não é normal que deputados que viajaram sempre em económica tenham passado a fazê-lo em executiva mal os voos começaram a ser reembolsados ao bilhete e não ao quilómetro."

E acrescentou: "Eu não compreendo como é que pode haver aqui deputados que não hesitam em defender, nos seus países, políticas de austeridade e de redução do salário e da pensão, mas que quando chega ao momento de decidir sobre o seu próprio dinheiro, aí a austeridade fica à porta de casa. Isto não é sério, meus amigos. Isto é indecente e muito triste."

Fonte: Agência Financeira

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