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Kridelka também disse que os jovens “são frequentemente sujeitos a violência dentro de escolas e universidades”, o que “viola o direito à Educação e a um ambiente de aprendizagem são”.
Em muitos países da OCDE, a percentagem de alunos que são vítimas de assédio homofóbico varia entre 70-90%. “As consequências podem ser desastrosas para os indivíduos e para a sociedade”, afirmou Kridelka.
Numa conferência nas Nações Unidas sobre o “bullying”, organizada por organizações de Direitos Humanos e alguns estados membros, como a Noruega, contou-se com a participação de vários activistas dos direitos de jovens LGBT, como o jovem nigeriano Ife Orazulike, ou a americana Judy Shepard.
A UNESCO lançou há poucos meses uma pesquisa global sobre o assédio homofóbico nas escolas, tendo na sua base o trabalho desenvolvido no Brasil e Ásia, com iniciativas como a de criar materiais escolares que ajudem aos professores e alunos a discutir a diversidade sexual.
Os resultados dos estudos sobre assédio homofóbico (e as políticas existentes em escolas e universidades em todo mundo em relação a este facto) estão a ser avaliados esta semana no Rio de Janeiro por peritos e atores políticos de todo o mundo, segundo as declarações de Kridelka.
“O plano é identificar as melhores condutas e recomendações práticas que podem ser partilhadas com Ministérios de Educação em todo o mundo para guiar o desenvolvimento e implementação de políticas apropriadas à idade e contextos específicos”, adiantou o director da UNESCO.
Em Junho, o Conselho de Direitos Humanos aprovou a primeira resolução da ONU específica sobre os direitos da comunidade LGBT, expressando a sua preocupação com cualquer tipo de violência baseada na identidade de género, e pedindo ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos para fazer um levantamento sobre o fenómeno em todas as regiões.
Este estudo estará disponível nas próximas semanas e será discutido em Março no Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, segundo adiantou o secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic.
A violência e discriminação homofóbica contra jovens tem tido “atenção a menos” na ONU, mas a publicação deste documento é “um sinal de progresso nas Nações Unidas e um reflexo de maior consciencialização global sobre a seriedade e legitimidade da preocupação sobre o tratamento de indivíduos LGBT”, referiu Simonovic.
Fontes: LUSA, Público
Ignacio Mallebrera Pisa
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