terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lagarde pede adiamento dos cortes na Alemanha

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu ao Governo alemão que abrande o processo de consolidação orçamental, para compensar as consequências negativas que a austeridade dos países em crise tem tido no crescimento económico da Zona Euro. Numa entrevista ao diário Die Zeit, Lagarde afirma que o Governo alemão pode "permitir-se avançar mais devagar do que outros na consolidação", adiantou o Público.

Foto: Financial Times
Recentemente, o Governo alemão aprovou os planos para o Orçamento do Estado de 2013, nos quais se compromete a anular o défice orçamental durante os próximos três anos. “No caso da Alemanha significa não tentar alcançar tão rapidamente o "défice zero", destacou Lagarde, enaltecendo que esta é a única opção dos restantes países para conseguirem equilibrar o déficit.

A responsável do FMI reforçou que, para resolver a crise europeia, é fundamental a criação de um programa “completamente funcional” de compra de dívida soberana por parte do BCE e a consolidação da união bancária. Christine Lagarde reconheceu que a colaboração entre o FMI e a União Europeia nem sempre tem sido fácil devido à necessidade de “encontrar um consenso” entre ambas as partes, especialmente no que se relaciona com o caso da Grécia, escreveu o Negócios Online.

Lagarde avançou com a hipótese de o FMI poder envolver-se exclusivamente na supervisão dos programas de reforma nos países da Zona Euro sem colaborar financeiramente. O FMI “não tem de comprometer-se financeiramente em todos os casos”, disse. A Directora-Geral do FMI acrescentou ainda que a instituição pode “concentrar-se principalmente em ajudar no desenvolvimento e supervisão dos programas de ajustamento”.

Em 2013, Lagarde defende que a economia global vai registar um ritmo de crescimento mais acelerado, devido à retoma do dinamismo económico nos EUA e ao papel das economias emergentes, como é o caso da China. Na zona euro, as previsões do FMI indicam que o clima económico dos países em recessão deve melhorar, noticiou o Monitor Digital.

Mariana Pinheiro e Sara Cunha

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