A taxa de juro de juro da divida italiana a dez anos ultrapassou ontem a barreira dos 7%. Apesar do anúncio da demissão de Silvio Berlusconi, as várias taxas de juro da dívida italiana continuaram a subir e superaram os 7%, marca que muitos analistas consideram economicamente insustentável.
O primeiro-ministro italiano anunciou, na terça-feira, que se demite após a aprovação no Parlamento das medidas de austeridade e reformas exigidas pela União Europeia. "A decisão de me demitir após esta votação, é um gesto de responsabilidade para com o país, para evitar que a deserção de alguns irresponsáveis possa, de forma irreparável, prejudicar a Itália, isto num momento de crise que é mundial", defendeu Silvio Berlusconi.
Ontem, a taxa de juro da dívida a dez anos chegou a atingir os 7,4%, tendo fechado a sessão nos 7,25%. As obrigações a um ano daquela que é a terceira maior economia da Zona Euro chegaram inclusive aos 9,46%. Gavin Jones, economista-chefe da Reuters, afirma que a Itália "parece estar a chegar, ou até superado, o ponto em que abraça a mesma dinâmica negativa já assumida pela Irlanda, Portugal e, antes deles, a Grécia". Para o economista da Reuters esta parece ser uma situação "muito difícil inverter".
Apesar da aprovação das medidas impostas pela União Europeia estar agendada para sábado, ainda não foi definida a forma de escolha do sucessor de Berlusconi, se através da formação de um Governo que obtenha a confiança do Parlamento ou através da dissolução do parlamento e consequente processo de eleição. Apesar de todas estas movimentações em Itália, Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, deixou o aviso de que "a Itália tem de provar que merece toda a nossa confiança. A Itália tem não só de anunciar medidas, como de as implementar".
Eliano Marques, Nicole Matias e Tomás Tim-Tim
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
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