segunda-feira, 22 de abril de 2013

“A actual política atingiu o limite”

Durão Barroso quer mais apoio social. Foto: www.dinheirovivo.pt



O Presidente da Comissão Europeia Durão Barroso defendeu esta segunda-feira, 22 de Abril, que a política de austeridade que tem sido aplicada chegou ao seu limite, e que os responsáveis europeus se devem focar num maior apoio social de forma a sustentar as políticas de ajustamento. 
“Penso que estamos a atingir o limite das atuais políticas. As políticas atuais são obviamente apropriadas no que diz respeito ao grande desafio que temos hoje que é a redução da divida insustentável, publica e privada”, disse Durão Barroso no Brussels Think Tank Dialogue.
Durão Barroso defende, no entanto, que é necessária uma nova abordagem social e económica, de forma a “colocar a Europa numa base mais sólida, torná-la mais competitiva e ter novamente crescimento. Mas crescimento que seja sustentável”.
O Presidente da Comissão Europeia abordou também um dos temas que pode pôr em causa a união dos estados membros, e que se refere à construção da ideia de que os povos do sul da Europa (estados devedores) são incompetentes ou preguiçosos em comparação com os vizinhos do norte.
“A ideia que existe em alguns países do centro ou nos países mais prósperos, que há algum tipo de incapacidade nas pessoas da periferia ou do sul - que algumas dessas pessoas são, por definição, preguiçosas ou incompetentes, é um grande problema, que considero intolerável e moralmente inaceitável” defendeu Barroso, afirmando ainda que “todo o tipo de comentários baseados em preconceitos nacionais são simplesmente contra os valores europeus”.
Perante uma plateia de peritos internacionais, Durão Barroso teve ainda oportunidade para abordar o caso concreto de Portugal. “Vindo eu de um desses países, posso dizer-vos que os portugueses são extremamente trabalhadores”.
 
Em Maio de 2011, a chanceler alemã Angela Merkel acusou os cidadãos dos países do sul de trabalharem menos e de se reformarem mais cedo, do que os do norte da Europa. "Não se trata só de não contrair dívidas, em países como a Grécia, Espanha e Portugal, as pessoas não devem poder ir para a reforma mais cedo do que na Alemanha", disse Merkel, conforme se pode ler aqui.

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